Por maioria, direção da FASUBRA emite nota sobre impeachment



 

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No dia 02/12/2015, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, decidiu iniciar o processo que propõe o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O impedimento do mandato presidencial de Dilma, por iniciativa de Cunha, nesse momento não tem fundamentos legais e morais, uma vez que ainda não existe confirmação de nenhum crime cometido por parte da presidenta, além desse Deputado estar, comprovadamente, envolvido em um processo de corrupção, e pode perder o seu mandato caso o Conselho de Ética aprove por maioria simples, e o plenário da casa referende essa posição.

Em 2015 a FASUBRA fez 133 dias de greve que, teve como eixo central a luta contra o ajuste fiscal promovido pelo Governo Dilma, ajuste este que teve como consequências o corte de bilhões de reais em áreas sociais, em especial na educação e saúde, aliado à sucessivas medidas dos poderes executivo e legislativo, de retirada de direitos sociais das trabalhadores/as deste país, mantendo a agenda proposta pelo PSDB, que foi derrotada nas urnas no processo eleitoral de 2014. A FASUBRA, neste cenário, manteve sua posição firme contra os ataques, convocando mobilização e a greve, por entender que é nas ruas e em conjunto com os demais trabalhadores/as que será derrotada a política macroeconômica do governo que prejudicam as condições de vida e de trabalho das classes trabalhadoras.

A Direção Nacional da FASUBRA não apoia a tentativa de impeachment de Dilma Rousseff, também por entender que este movimento não é protagonizado pela maioria do povo, única forma legítima de se realizar uma deposição de qualquer governante. Os objetivos dessa iniciativa, não visam atender os interesses e demandas reais das classes trabalhadoras que constroem este país, pois é o resultado da disputa política, protagonizada por setores da elite brasileira, representantes do capital nacional e internacional, personificadas nos partidos políticos liberais e conservadores, defensores de teses homofóbicas, xenofóbicas, racistas, machistas, sexistas num ataque frontal aos direitos humanos.

Somaremos nossos esforços aos movimentos sociais na luta pela reforma tributária que desonere o trabalho e cobre impostos das grandes heranças, fortunas e latifúndios; por uma reforma agrária que dê terra ao povo, como alternativa à superação da crise. Além disso, combateremos a falsa alternativa conservadora que clama pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Expressamos que não participaremos do ato nacional convocado para esse próximo dia 13 de dezembro, que está sendo construído por esses setores políticos conservadores que clamam pelo impeachment de Dilma, mas que na essência defendem o mesmo projeto político e econômico que é executado no país hoje. Também não participaremos de qualquer ato que vise defender este governo, indefensável pela política que pratica.

A Direção Nacional da FASUBRA continuará empenhando todos os esforços para construir as necessárias mobilizações contra todas as políticas do ajuste fiscal, que retiram direitos sociais. Além disto, atuará na resistência à intensificação do retrocesso político, que caracteriza a conjuntura atual.

 

 

Direção Nacional da FASUBRA

11 de Dezembro de 2015

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