Os trabalhadores e trabalhadoras têm uma tarefa hercúlea para vencer em 2022: a retirada de Bolsonaro do Planalto! Vivemos, desde de 2016, uma verdadeira cruzada contra o desmonte do Estado, iniciada pelo golpista Michel Temer, com a grande campanha de desvalorização dos serviços públicos, privatização das empresas estatais estratégicas (Eletrobrás, Petrobrás, Embraer, dentre outras), tal projeto teve continuidade aprofundada com a eleição de Bolsonaro.
O movimento sindical tem papel estratégico para a mudança dessa cruel realidade que vem sendo implementada pelo atual Governo. Os trabalhadores e trabalhadoras são chamados à consciência para interromper esse processo de retrocesso, de volta ao obscurantismo de negação da ciência, da teoria do terraplanismo, disseminação do ódio, da discriminação, da violência, liberalização do uso indiscriminado de armas de fogo com o sofismático discurso de defesa individual, quando na realidade reforça o autoritarismo e tenta a todo custo usurpar a Democracia com a instalação de uma Autocracia.
A realidade do país está agudizada com a volta de milhões de brasileiros e brasileiras ao mapa da fome, o desemprego, subemprego, o processo inflacionário, retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, precarização das condições e das relações de trabalho; a tentativa de manietar os sindicatos e outras entidades, os legítimos instrumentos de resistência dos trabalhadores, conforme expresso pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) “a organização sindical, que expressa a voz dos trabalhadores, e a negociação coletiva são direitos fundamentais para a promoção de uma dinâmica laboral inclusiva”.
“Essa dinâmica vem sendo enfraquecida por iniciativas que desprezam a representação coletiva dos trabalhadores e atuam no sentido contrário, incentivando e promovendo um individualismo exacerbado nas relações laborais e enfraquecendo a atuação dos sindicatos; quebrando-se intencionalmente os meios que os sindicatos têm de se colocarem como um escudo protetor coletivo”. (Portal Vermelho, 16.07).
Há a imperiosa necessidade de alterarmos a representação nos parlamentos estadual e federal, por pessoas que apresentem propostas concretas que defendam os interesses dos trabalhadores. É importante não esquecermos daqueles deputados que votaram a favor da retirada dos direitos dos trabalhadores e pela precarização das relações de trabalho, alguns inclusive tentando criar zonas exclusivas de moradia para as classes mais abastadas nas áreas de praias de São Luís.
Estamos vivendo uma grande crise do processo civilizatório, onde a onda Neoliberal transformou-se no Neofascismo, com a propagação do ódio à Democracia, Ciência, às liberdades individuais, as garantias constitucionais, a soberania nacional, construindo um processo de autoritarismo, resultando em uma barbárie.
Não há mais adjetivos pelos quais podemos nominar o ocupante do Palácio do Planalto, dado o seu despreparo para o exercício do mais alto cargo do país. A sequência de atos criminosos praticados contra o País desde a sua posse, o coloca em grau de lesa-pátria.
O dia 2 de outubro, será portanto, a oportunidade que os trabalhadores e trabalhadoras terão de fazer a opção entre dois projetos: – um em defesa da soberania nacional com resgate de valores construído com muita luta, suor e sangue de bravos (as) brasileiros e brasileiras, de Democracia, Educação de qualidade, respeito as instituições, uma relação humanista com respeito a individualidade de opção de sexo, religião, opinião política, pluralidade étnico-racial; – e outro, neofacista de desagregação social, violência, ódio, pactuação com o crime organizado, combinado aos interesses escusos daqueles que usam o mandato popular para desconstrução de uma pátria livre.
A responsabilidade é de todos e todas, entretanto, as lideranças democráticas dos sindicatos e movimentos sociais têm a missão de também, em nome e razão dos mandatos e referências políticas que lhes foram conferidas nas suas entidades e comunidades, assumirem papel de timoneiros(as) na definição de um novo rumo progressista para o Brasil.
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Cláudio de Sousa Bezerra
Administrador, Técnico Administrativo em Educação da UFMA,
Ex-presidente do SINTEMA, Ex-diretor da FASUBRA e Secretário Estadual da CTB-MA.
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