Segundo a FASUBRA, a intervenção militar no RJ se tornou desculpa para o governo não apresentar respostas concretas.
Cerca de 160 delegados participaram da Plenária Nacional da FASUBRA na manhã de sábado, 03, na Universidade de Brasília (UnB). O evento começou com os informes sobre a reunião da FASUBRA com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e a organização do XXIII Congresso da FASUBRA (CONFASUBRA). A proposta da direção é a contratar uma empresa para organizar o evento, com foco principal no debate político.
Análise de conjuntura
Gibran
O coordenador geral Gibran Jordão se despediu da última plenária como diretor. Destacou a participação jovens na luta junto aos trabalhadores que construíram a história da Federação. “É uma vitória da nossa Federação, não é todo sindicato nacional que tem uma geração de jovens que podem assumir isso”.
Para Gibran, a greve da FASUBRA em 2017 foi importante para acumular forças, junto com outros atores para derrubar a reforma da Previdência e a reestruturação das carreiras. Grandes desafios aguardam os trabalhadores, segundo o coordenador, como a organização do dia 08 de março, a defesa da carreira e a construção da unidade com base na diversidade.
Chiquinho
O coordenador Francisco de Assis (Chiquinho) que representou a coordenadora geral Leia Oliveira, relembrou a constante luta pela unidade dos trabalhadores desde os governos populares, independente de contradições, e a dificuldade de construir a união. “Nós sempre buscamos a unidade”.
Na visão política, na mesa de negociação com o governo golpista não haverá avanços na pauta de interesse da categoria. “Não devemos acreditar nesse golpe”, disse. O momento é de unificar os servidores públicos para derrubar o governo, ressaltou. “Avançar na luta sempre em defesa dos interesses da categoria”.
Marzola
As eleições devem estar na mira dos trabalhadores. Segundo o coordenador Rogério Marzola, a categoria não deve permitir candidaturas classistas que não façam a conciliação de classes editada e reeditada a cada eleição. “Não podemos ter alianças eleitorais com os mesmos golpistas que nós denunciamos em nossas greves e manifestações”, afirmou.
Marzola ponderou pela coerência em apontar uma saída estratégica e socialista para a classe trabalhadora. A luta contra as reformas e o protagonismo da Federação foram destacadas. O coordenador apontou pela construção de uma agenda de lutas junto com o Fonasefe até a realização do congresso, para pressionar o governo.
Vaz
Para o coordenador Paulo Vaz, as análises têm semelhanças porque a conjuntura não mudou nesses dois anos. “O golpe foi instalado, está em curso sendo aperfeiçoando”. Observou a necessidade de uma leitura profunda sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro, as eleições de 2018, e relacionar todos os ataques à classe trabalhadora.
Vaz defendeu a realização de grandes atividades para o dia 08 de março, a participação no Fórum Social Mundial com a possibilidade de despertar a sociedade brasileira da influência das grandes mídias e judiciário. Para o coordenador, é primordial encontrar um ponto de equilíbrio na classe trabalhadora para esse ano em que as eleições estão sob ameaça.
Rafael
Debater a reorganização da esquerda e dos trabalhadores no Brasil, segundo o coordenador Rafael Pereira, é necessário nesse final de ciclo político. O coordenador apontou a importância da FASUBRA para organizar os que seguem na luta pela reorganização da esquerda.
Sobre a unidade na luta, Rafael citou o palestrante da conferência livre, Luiz Araújo que considera dois pontos importantes na luta da classe trabalhadora, a revogação da Emenda Constitucional nº 95/16, que congela os investimentos por 20 anos e a defesa de verbas públicas somente para educação pública.
Adriana
A coordenadora Adriana Stella, criticou a postura do governo de priorizar a intervenção militar frente às reivindicações dos trabalhadores. Segundo ela, o Rio de Janeiro teve um processo mais acelerado de lutas que nem o carnaval conseguiu esconder, “foi o carnaval mais politizado de todos, trazia gritos de libertação”, destacando o enredo da escola Tuiuti.
Stella criticou falas anteriores de unidade baseada em um capitalismo mais humano. Para a coordenadora, dar estabilidade e equilíbrio a este regime, significa a manutenção de um governo de conciliação de classes. “É preciso romper com esse sistema”, afirmou. Stella fez um chamado à rebelião, para “organizar os debaixo e derrubar os de cima”.
Pedro Rosa
Para o coordenador Pedro Rosa, a categoria foi a principal vanguarda da luta nacional para que o governo não aprovasse a reforma da Previdência. Alegou que o principal debate é a campanha salarial, mas apontou realizou um balanço da greve de 2017 e sua interrupção, com uma análise crítica referente a postura da direção, “a maioria da direção não queria”.
Rosa criticou a reivindicação da direção nas reuniões com o governo para retornar à mesa de negociações da Empresa Brasileira de serviços Hospitalares (Ebserh). Questionou o que fazer com os trabalhadores do RJU que estão na batalha pela revogação da Ebserh, os aposentados que não receberam o reposicionamento e a pauta das 30 horas, reivindicando transparência.
Rolando
O coordenador Rolando Malvásio iniciou a fala agradecendo a oportunidade de estar na diretoria da Federação há vários anos. Para o coordenador, não há saída, o momento é de fortalecer um calendário e deflagrar uma greve em maio, depois do congresso e advertiu, “esse governo está nos enrolando”.
Segundo Rolando, a única linguagem que o governo conhece é o enfrentamento e alegou que a intervenção militar no RJ é desculpa pra tudo no governo. A suspensão do comunicado referente ao VBC foi a única conquista, segundo o coordenador, que encerrou conclamando todos os grupos políticos para lutar juntos em uma greve jamais vista.
Após as intervenções dos representantes políticos, a mesa abriu inscrições para intervenção dos delegados.
Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical