As regiões Sudeste e Nordeste são as mais afetadas pelo novo coronavírus – COVID-19 no país. Veja as ações para minimizar os efeitos da pandemia realizadas pelas Instituições Públicas de Ensino Superior na BA, MA e PI.
UFBA
Cientistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) fizeram o sequenciamento genético do novo coronavírus e identificaram 15 mutações em relação ao genoma do vírus de referência chinês. A pesquisa foi feita pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS/UFBA), com o material do segundo paciente infectado no estado. O Laboratório da UFBA é destaque nos projetos de Virologia Humana e Animal e reconhecido por suas contribuições na identificação de viroses no país, entre elas, a identificação do zika vírus no Brasil, em 2015.
A UFBA, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, criou o Tele Coronavírus, com médicos e estudantes a serviço da população, que foi expandido para diversas escolas médicas federais, estaduais e privadas. Por meio do número 155, de 7h às 19h, o canal de comunicação atua na triagem a distância de casos de suspeita de COVID-19. A ação contribui para evitar deslocamentos de pessoas. O projeto conta com cerca de 1.200 estudantes de medicina e 70 médicos, todos voluntários, sendo que para cada 20 alunos de medicina, há a supervisão de um médico. A expectativa é que ocorram 1.440 atendimentos por dia. A tecnologia usada pelo Tele Coronavírus recebe as ligações do público e redireciona-as aos celulares cadastrados pelos estudantes, que assim podem prestar o atendimento à distância.
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) se colocou à disposição do governo do estado para auxiliar no tratamento dos casos de COVID-19 com até 80 leitos, sendo 49 do tipo enfermaria – para atendimento de infectados – e 31 unidades de tratamento intensivo (UTI) – para acolher aqueles em estado grave. O HU aguarda resposta e espera receber o material necessário à colocação desses leitos em funcionamento, como insumos, equipamentos (respiradores e monitores, entre outros) e recursos humanos na área da saúde.
A UFBA, assim como diversas universidades, está produzindo EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Três unidades estão fabricando máscaras de proteção facial para doar aos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Os laboratórios da UFBA em Salvador e em Vitória da Conquista intensificaram ainda a produção de álcool para abastecer os hospitais universitários.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) também está desenvolvendo ações de combate à Covid-19. Ao lado de outras quatro instituições, o Instituto está produzindo máscaras com impressão 3D que serão doadas aos profissionais de saúde de Salvador e Lauro de Freitas. Cerca de 900 máscaras já foram entregues a unidades de saúde.
Outra iniciativa do IFBA que tem ganhado destaque no cenário da pandemia é a criação de mapas para visualizar a propagação dos casos nos bairros da capital baiana. O projeto utiliza técnica de geoprocessamento, que consiste em relacionar dados espaciais com computação, a junção dos dados da base cartográfica da divisão dos bairros da cidade, das ocorrências da Covid-19 e de informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
UFMA
Uma das medidas adotadas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com a participação de vários setores da instituição e parceria com associações de costureiras, é a produção de máscaras, a serem distribuídas gratuitamente a comunidades do Itaqui-Bacanga, graças a uma parceria que envolve a participação de dez costureiras. O projeto tem duração de 90 dias e conta com docentes, técnico-administrativos e discentes voluntários.
Nesta segunda-feira (27/04) foram entregues ao Hospital Universitário da UFMA 35 máscaras de proteção e 210 litros de álcool glicerinado produzidos por professores técnicos e alunos da UFMA. O álcool glicerinado 80% foi produzido no Laboratório de Tratamento de Resíduos da UFMA e embalado em frascos de 10 litros. Todo o trabalho do projeto “Ciência & Prevenção” é desenvolvido por professores do departamento de tecnologia química, de química, engenharia química, técnicos de laboratórios, químicos e alunos.
Em outra frente, o Núcleo de Rádio da Diretoria de Comunicação da UFMA deu início à veiculação do “Projeto EI! Educação e Informação — Atravessando a pandemia”, em que técnico-administrativos, professores e demais profissionais de diversas áreas fazem reflexões, associadas às suas práticas e conhecimentos teóricos sobre o momento em que atravessamos.
UFPI
Um trabalho de destaque da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi uma adaptação que servirá para compartilhar ventiladores mecânicos para até quatro pacientes. A Equipe Pulmonar, como são chamados, é composta por cerca de 70 pessoas do PI e de outros estados, como SP, PE e MG. A equipe testou a adaptação em pulmões testes e obteve excelentes resultados. O projeto está em fase técnica e aguarda aprovação ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar testes em pacientes.
Um grupo de pesquisadores do Piauí, em parceria com cientistas de outros estados, desenvolveu também uma máscara respiratória de material biodegradável, de baixo custo, reutilizável e que pode ser produzida em impressoras 3D domésticas. A solução foi replicada em outros países. Estima-se que cada máscara tenha custo de produção entre R$ 5 e R$ 15.
Fonte: Portal Fasubra / Imagem: Portal UFMA.