O candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) já não esconde mais os ataques planejados contra as universidades federais. A equipe econômica do político, liderada por Paulo Guedes, divulgou que em caso de vitória irá cobrar mensalidades nas instituições, com a argumentação de que a maioria das vagas das universidades federais é ocupada por estudantes que cursaram escolas particulares e, portanto, integrantes de famílias que poderiam arcar com mensalidades.
Porém, segundo um estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), de 2016, dois em cada três estudantes de universidades federais são de classe D e E. Feito com base em entrevistas de 2014 com graduandos, o estudo mostra que 66,2% dos alunos vinham de famílias cuja renda não ultrapassava 1,5 salário mínimo per capita. Além de contrariar a Constituição Federal, que garante a gratuidade do ensino público.
Bolsonaro prevê ainda mudança na forma da escolha dos reitores, ferindo de morte a autonomia universitária e a paridade, que foi conquistada, desrespeitando a lista tríplice e comprometendo ainda mais as pesquisas nas universidades públicas do Brasil.
O candidato afirma que irá impedir gestões “aparelhadas pela ideologia de esquerda” e identificando “quem é quem” nas universidades federais para, segundo ele, impedir gestões democráticas. Já em entrevista a um canal de televisão, disse que os brasileiros têm “tara” pelo diploma superior e que seria melhor se muitos deles buscassem apenas o ensino profissionalizante, para atuar em áreas como conserto de eletrodomésticos e mecânico de automóveis.
E não só os(as) estudantes serão prejudicados com uma possível eleição do representante da extrema-direita no país. Os (as) trabalhadores(as) técnicos(as) administrativos(as) das instituições federais correm sérios riscos de ter os seus direitos atingidos. O vice de Bolsonaro, Mourão (PRTB), manifestou publicamente o desejo de acabar com a estabilidade no serviço público, aproximando a categoria das regras aplicadas na iniciativa privada.
Mourão criticou de forma enfática o 13º salário e o adicional de férias, ao mostrar que está do lado oposto do que espera o (a) trabalhador (a). O programa de Bolsonaro prevê a manutenção da EC 95, que prevê congelamento de gastos públicos, a manutenção da lei da terceirização irrestrita e a entrega definitiva dos HU´s à iniciativa privada. Com estas medidas, nossa carreira estará profundamente prejudicada, pois com a manutenção da EC 95 não haverá investimento nas universidades.
É bom relembrar que a FASUBRA encaminhou a todos os candidatos a plataforma que foi aprovada em nossa plenária e, deste candidato, não obteve nenhuma resposta. Por essas e outras, é preciso fazer frente a um projeto político que representa tantos retrocessos. Na votação do próximo domingo, dia 28, a FASUBRA reitera a deliberação da nossa plenária de defesa da democracia e voto na candidatura do campo da esquerda: a candidatura de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PC do B).
Diante deste cenário, de possíveis ataques às universidades, a FASUBRA orienta a intensificação das ações propostas em defesa da democracia, da universidade pública, e ainda onde for possível manter a paralisação até sexta-feira.
1. Realizem assembleias, ainda no dia de hoje;
2. Manter a paralisação por 48 h (quinta e sexta feira) e ir às ruas;
3. Realizar aulas públicas nas praças;
4. Participar das atividades com as demais entidades em defesa da democracia, da autonomia universitária e contra a cobrança de mensalidades.
O futuro do país e das universidades públicas está em nossas mãos. Não podemos, como trabalhadores da educação, deixar de prestar este serviço à sociedade.
Em defesa de uma sociedade justa e igualitária.
FASUBRA na luta sempre!
Fonte: Fasubra.
Foto: Luís Macedo/Agência Câmara